Pois bem ... cá estou eu de regresso dessa bela ilha de Fidel e ..... Che
É impressionante como uma terra nos pode cativar no curto espaço de uma semana. Das minhas poucas viagens até à data, só uma terra tinha ficado no meu coração, com o inerente desejo de lá voltar: a verdejante e inospita S. Tomé e Principe.
Nestas férias de Verão, por uma feliz e promocional coincidência proporcionou-se uma viagem em familia à Ilha de Fidel. Parti sem grandes expectativas, até porque nunca fui especial admirador dos intermináveis discursos de Fidel. Mas, como diz o Zé Povinho, pela boca morre o peixe.
Quiçã movido por algum romantismo, misturado com a muita desilusão que me vai provocando este país à beira mar plantado, deixei-me de novo enlear por um outro País, que não o meu, pela Bela Cuba, e acabei apaixonado. Apaixonado pelo clima (saí de lá na vespera do dia em que o Gustav resolveu aparecer), pela simpatia do povo, pelo Mar, pelos "carrões" que passeiam por tudo quanto é lado, pela música (Guantanamera, Hasta siempre Comandante, El Bodeguero) mas sobretudo pelas lições de sobrevivência, resistência e união que aquela Ilha dá ao Mundo, pela capacidade de sofrimento, de fazer das tripas coração evoluindo cultural e cientificamente a uma velocidade muito superior a países com muito mais meios e condições. Do pouco que têm fazem muito. Emocionalmente, Cuba, tocou-me fundo.
Finalmente, eu que não sou de copos, deslumbrei-me com o Daiquiri da Floridita e o Mojito da Bodeguita Del Medio (onde o JeJe deixou o seu autógrafo). Mas isto são influências do boémio Hemingway.
E, last but not Least, sem saber como nem porquê, no meio de toda aquela paixão assolapada dei comigo em plena Praça da Revolução a simpatizar com as figuras de Fidel e Che, a vê-los com cores mais esbatidas, menos garridas de encarnado. Comecei a vê-los enquadrados na realidade cubana, na realidade do mais longo embargo sócio-politico da história da humanidade, e nas alternativas que lhes restavam. Procurei os meus conhecimentos de história e relembrei o episódio da Baia dos Porcos, e posteriores tentativas de derrube do sistema de Fidel como os bombardeamentos por aviões piratas que descolavam da Florida (sempre negados pelos EUA até cair um desses aviões), nas posições diplomáticas dos EUA que mantêm o embargo condenado multiplas vezes pela ONU, e que tem em vista o colapso da economia cubana, a crise dos misseis cubanos . E até eu, que geralmente sou acusado de ser pró-Americano, cedi ...
Coisas de Paixão, certamente, pois que como diz o povo "o Amor é cego" ... Apesar de curta, esta não foi uma paixão de Verão ...
Por tudo isso digo "Hasta Siempre Cuba", e que o siempre possa ser logo que possivel. Que a vida me dê a possibilidade de lá regressar.
Se assim desejarem, curtam "Hasta siempre Comandante", por uma bela e surpreendente voz. Não se apaixonem ...
PS: Em próximos posts deixarei a impressão dos excelentes mergulhos que realizei em Varadero.
