Este Mergulho estava inserido na Dive Trip do ICBAS, denominada "Dolphin Watch & Scuba". Quanto aos golfinhos, a descrição fica para um post à parte. Agora tratamos apenas da 2ª parte: Scuba.
Ora, o primeiro spot desta Dive Trip a Sagres, foi o Torvore, também conhecido por Vapor das 19, ou ainda "Bolo da Noiva". Como consumidor àvido de revistas de mergulho e de tudo o que ao mergulho diga respeito, já tinha lido algumas coisas sobre este naufrágio, e tinha visto na RTP um documentário do João Sá Pinto sobre o mesmo, o que só me alimentava o desejo de o fazer. Quando surgiu a oportunidade de ir a Sagres, vislumbrei logo a hipótese de, finalmente, o conhecer. Os Wrecks são uma verdadeira paixão dentro da paixão. Não houve um só que me tenha deixado indiferente, e procuro sempre conhecer a história que está por trás do seu afundamento. Apreendo algo novo, e julgo que é uma forma de prestar homenagem ao naufrágio e honrar quem lá trabalhou, e por vezes lá ficou.
Quanto a este Naufrágio, trata-se de um Cargueiro Norueguês, movido a vapor, e tinha iniciado a sua viagem em Inglaterra, tendo como destino final o Porto de Nápoles, em Itália. Transportava 1800 toneladas de carvão prensado.
Reza a história que o Torvore no dia 24 de Abril de 1917 navegava em Sagres, na direcção Este, quando se ouviu, vindo do nada, um tiro de canhão na proa do navio. A tripulação constata que está a ser perseguida por um submarino, que mais tarde se vem a saber ser Alemão. É bom lembrar que estamos em plena 1ª Guerra Mundial. O comandante do Navio, Andreas Andreassen, quando se apercebe da inevitabilidade do seu destino, ordena que parem as máquinas para evitar que a tripulação tenha um destino tão trágico quanto o do Navio.
A saga do Submarino Alemão U-35, comandado pelo famoso Lothar Von Arnauld de lá Périere - considerado o às dos ases dos submarinos, e ostentando no curriculum o maior número de afundamentos causados, num total de 194, - continuaria, e ainda nesse dia iria afundar outros navios na zona - vapores Wilhem Krag, Nordsoen e o lugre Italiano, Bienaimé Prof. Luigiu -, o que chamou a atenção de um rebocador a vapor Português, de nome "Galgo", que, como valente Português haveria de dar luta ao Submarino Alemão, até perceber que o seu esforço seria infrutífero.
Ora, o primeiro spot desta Dive Trip a Sagres, foi o Torvore, também conhecido por Vapor das 19, ou ainda "Bolo da Noiva". Como consumidor àvido de revistas de mergulho e de tudo o que ao mergulho diga respeito, já tinha lido algumas coisas sobre este naufrágio, e tinha visto na RTP um documentário do João Sá Pinto sobre o mesmo, o que só me alimentava o desejo de o fazer. Quando surgiu a oportunidade de ir a Sagres, vislumbrei logo a hipótese de, finalmente, o conhecer. Os Wrecks são uma verdadeira paixão dentro da paixão. Não houve um só que me tenha deixado indiferente, e procuro sempre conhecer a história que está por trás do seu afundamento. Apreendo algo novo, e julgo que é uma forma de prestar homenagem ao naufrágio e honrar quem lá trabalhou, e por vezes lá ficou.
Quanto a este Naufrágio, trata-se de um Cargueiro Norueguês, movido a vapor, e tinha iniciado a sua viagem em Inglaterra, tendo como destino final o Porto de Nápoles, em Itália. Transportava 1800 toneladas de carvão prensado.
Reza a história que o Torvore no dia 24 de Abril de 1917 navegava em Sagres, na direcção Este, quando se ouviu, vindo do nada, um tiro de canhão na proa do navio. A tripulação constata que está a ser perseguida por um submarino, que mais tarde se vem a saber ser Alemão. É bom lembrar que estamos em plena 1ª Guerra Mundial. O comandante do Navio, Andreas Andreassen, quando se apercebe da inevitabilidade do seu destino, ordena que parem as máquinas para evitar que a tripulação tenha um destino tão trágico quanto o do Navio.
A saga do Submarino Alemão U-35, comandado pelo famoso Lothar Von Arnauld de lá Périere - considerado o às dos ases dos submarinos, e ostentando no curriculum o maior número de afundamentos causados, num total de 194, - continuaria, e ainda nesse dia iria afundar outros navios na zona - vapores Wilhem Krag, Nordsoen e o lugre Italiano, Bienaimé Prof. Luigiu -, o que chamou a atenção de um rebocador a vapor Português, de nome "Galgo", que, como valente Português haveria de dar luta ao Submarino Alemão, até perceber que o seu esforço seria infrutífero.
Mas, como na Guerra ao contrário do que se diz e faz, não vale tudo, pelo menos antigamente, também havia princípios, os marinheiros alemães numa verdadeira atitude de grande dimensão humana fizeram desembarcar toda a tripulação do Torvore, para os botes salva vidas, ordenando-lhes que se dirigissem para terra, antes de detonar as cargas !!! Uma atitude inconcebível no Mundo Hodierno dominado por terroristas a ocidente e oriente, sem qualquer tipo de escrúpulos, capazes de matar a criança mais inocente a troco de 70 virtuais e mírificas virgens ou da concessão de mais algumas explorações de petróleo, sempre sob o escudo da fé ou dos "Colateral Dammages". Enfim, outros tempos, outros homens …
Feita a resenha histórica, que sempre me apaixona, passemos ao mergulho propriamente dito.
Face aos antecedentes, e porque sabia que o mergulho iria andar na cota dos 30/32 metros, resolvi reabilitar o fato semi-seco, e deixar o seco de castigo em casa, a descansar. As costas também não me têm dado descanso ao longo do último mês, pelo que havia esse factor adicional de "stresszinho" . Mas o spot de mergulho, para além de se tratar de um Wreck, era um daqueles que há muito queria mergulhar, factor de motivação mais que suficiente para me forçar a fazer o mergulho, apesar das condicionantes físicas e psicológicas. E, se em termos de mergulho propriamente dito, tudo correu muito bem, sem stresss, com calma e dentro do que seria normal - e nem o semiseco constituiu factor de menor prazer -, já o spot de mergulho, o Torvore, depois de mergulhado deixou-me um pouco desconsolado, com àgua na boca, como sói dizer-se.
Provavelmente fui com expectativas muito elevadas, e a comparação com o Submarino de Leça não pode deixar de ser efectuada. O capitão Stever subiu de posto na minha graduação.
Quanto ao mergulho, pois bem, começamos com um Mar chão de fazer inveja a qualquer paraíso caribenho, faltando apenas o sol brilhar com mais intensidade. Descida muito lenta pelo cabo - devido a problemas na descida com um dos mergulhadores - o que nos levou a perder algum tempo. Na descida dá para ver que a àgua está com um tom esverdeado - o nosso conhecido caldo verde -, e no fundo a visibilidade não andará muito longe dos 5/6 metros. Para o pessoal do Norte, nada a que não estejamos habituados. Não é isso que nos vai tirar o prazer de mergulhar. Chegados ao naufrágio, a 30 metros de profundidade, dirigimo-nos à proa, que se encontra muito destruída, navegamos, contornando-o, sempre pelo nosso lado esquerdo. Não existe qualquer tipo de corrente.
No interior daquilo que seria o convés do navio, e com as traves mestras à vista, no fundo circulam dezenas de robalos de grande dimensão. Muitas fanecas e sargos. Vislumbro aquilo que julgo serem corvinas. As judias passeiam-se pelo navio, tal qual as Anthias que por ali pululam em cardumes. Avistamos ainda um safio (pequeno congro), e detemo-nos por breves instantes a ver a carga de carvão prensado que ali resiste ao tempo. O tempo é nosso inimigo, e o NDT está muito perto dos limites. A minha buddy, faz-me sinal que está na hora de subir porque está com 1 minuto de NDT, eu também estou a 3 minutos de entrar em mergulho descompressivo, pelo que começamos a subir lentamente em direcção ao cabo, lançando um último olhar ao Torvore. A subida é efectuada muito lentamente, como convém. As sensações na subida - a descompressão dá para isso, para saborear o que acabara de ver - é boa, mas difusa ou inconclusiva.
Quando o mergulho termina, já no barco, fica um sabor a pouco. Com Nitrox teria sido bem melhor, porque nos permitiria outro tempo de fundo e uma mais demorada exploração. Fico com vontade de o mergulhar de novo. Talvez com as realidades bem valizadas pelo anterior conhecimento, e sem uma expectativa desmesurada pela ânsia do encontro, possa efectuar um mergulho melhor e tirar ainda maior satisfação. Mas lá que fiquei satisfeito, lá isso fiquei ...
Post Scriptum: Sobre o Torvore, aconselho vivamente a leitura do excelente trabalho do Paulo Costa, publicado no Suplemento da Planeta de Àgua de Novembro de 2005, e a vista do desenho do João Sá Pinto, constante no site da Portisub.
Provavelmente fui com expectativas muito elevadas, e a comparação com o Submarino de Leça não pode deixar de ser efectuada. O capitão Stever subiu de posto na minha graduação.
Quanto ao mergulho, pois bem, começamos com um Mar chão de fazer inveja a qualquer paraíso caribenho, faltando apenas o sol brilhar com mais intensidade. Descida muito lenta pelo cabo - devido a problemas na descida com um dos mergulhadores - o que nos levou a perder algum tempo. Na descida dá para ver que a àgua está com um tom esverdeado - o nosso conhecido caldo verde -, e no fundo a visibilidade não andará muito longe dos 5/6 metros. Para o pessoal do Norte, nada a que não estejamos habituados. Não é isso que nos vai tirar o prazer de mergulhar. Chegados ao naufrágio, a 30 metros de profundidade, dirigimo-nos à proa, que se encontra muito destruída, navegamos, contornando-o, sempre pelo nosso lado esquerdo. Não existe qualquer tipo de corrente.
No interior daquilo que seria o convés do navio, e com as traves mestras à vista, no fundo circulam dezenas de robalos de grande dimensão. Muitas fanecas e sargos. Vislumbro aquilo que julgo serem corvinas. As judias passeiam-se pelo navio, tal qual as Anthias que por ali pululam em cardumes. Avistamos ainda um safio (pequeno congro), e detemo-nos por breves instantes a ver a carga de carvão prensado que ali resiste ao tempo. O tempo é nosso inimigo, e o NDT está muito perto dos limites. A minha buddy, faz-me sinal que está na hora de subir porque está com 1 minuto de NDT, eu também estou a 3 minutos de entrar em mergulho descompressivo, pelo que começamos a subir lentamente em direcção ao cabo, lançando um último olhar ao Torvore. A subida é efectuada muito lentamente, como convém. As sensações na subida - a descompressão dá para isso, para saborear o que acabara de ver - é boa, mas difusa ou inconclusiva.
Quando o mergulho termina, já no barco, fica um sabor a pouco. Com Nitrox teria sido bem melhor, porque nos permitiria outro tempo de fundo e uma mais demorada exploração. Fico com vontade de o mergulhar de novo. Talvez com as realidades bem valizadas pelo anterior conhecimento, e sem uma expectativa desmesurada pela ânsia do encontro, possa efectuar um mergulho melhor e tirar ainda maior satisfação. Mas lá que fiquei satisfeito, lá isso fiquei ...
Post Scriptum: Sobre o Torvore, aconselho vivamente a leitura do excelente trabalho do Paulo Costa, publicado no Suplemento da Planeta de Àgua de Novembro de 2005, e a vista do desenho do João Sá Pinto, constante no site da Portisub.
Dados do Mergulho
Data: 15/03/2008
Mistura: Ar 21%
Profundidade Máxima: 29,6 metros
Temperatura Ar/Agua: 17º / 15º
Tempo: 34 minutos
Centro de Mergulho: Mar Ilimitado
Buddy: Helena Carvalho "Nucha"
Data: 15/03/2008
Mistura: Ar 21%
Profundidade Máxima: 29,6 metros
Temperatura Ar/Agua: 17º / 15º
Tempo: 34 minutos
Centro de Mergulho: Mar Ilimitado
Buddy: Helena Carvalho "Nucha"